quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Um dia no espaço - janeiro.78

Sonhava, desce toda brilhante uma linda garota semi-nua, loiros cabelos flutuavam sob um corpo de olhos grandes e verdes faiscantes, admirava sua boca-amor, o capricho que a natureza esculpiu nos contornos de um belo corpo composto por duas asas branquinhas como sua aurea, um anjo real?

A noite estava fria e úmida no meu quarto solitário, ela pegou-me pela mão dizendo,

- vem amor, vou te mostrar meu mundo...

Sem palavras acompanhei em sua direção, estava no meu astral, em espirito olhei meu corpo deitado displecentemente nas cobertas da cama num sono profundo, minha atenção logo se voltou para aquele anjo, passei pelo telhado de casa seguindo em direção as estrelas, procurando conversar com aquela maravilha que chamava-se Semi.

Entrei num túnel de nevoa em movimento admirando o vôo que Semi controlava com mestria, me deixou zonzo, despertei agarrado ao corpo de Semi sentindo uma leveza e paz interior numa viagem que seguia vagarosa até a extratosfera, no percuso deparava-me com passaros de longas caudas, e outros anjos que levitavam a nossa volta numa singularidade impressionante, que reino ?

Na entrada do espaço propriamente dito, nossos “corpos” transformavam-se em luz, forte e brilhante, aumentando a nossa velocidade.

- Julio, tenho que ser rápida esta noite para te mostrar o que pretendo...

A velocidade alucinante foi diminuindo a medida que aproximava-mos de um planeta que surgia de forma gigantesca a terra a nossa frente. Ao entrarmos na atmosfera perguntei onde estavamos.

- Jupiter...
Em silêncio,seguimos descendo até estacionarmos num piso frio que provinha um corredor imenso construido por um material que desconhecia na terra, o diametro calculava uns 70 metros de largura, não conseguindo fazer os calculos da extensão, a cada 50 metros aproximadamente havia uma porta de grandes proporções, continuei seguindo-a até entrar por uma delas, o mais engraçado e que eu tinha a sensação de ter estado naquele lugar anteriormente, nada parecia o fantástico que estava vendo ou revendo, tentava me lembrar no reconhecimento que fazia no local até que apareceu a figura de um homem enorme a nossa frente.

- Pai, quero te apresentar um amigo que eu trouxe da Terra, Julio.
- olá... como vai o teu planeta...
- a miséria de sempre...

Achei engraçado a franca apresentação e o modo coloquial de falar, o pai de Semi foi me acompanhando e mostrando-me os recantos daquela cidade-satelite que ficava abaixo dos gazes do planeta Jupiter, Semi me acompanhava abraçada o tempo todo, conversavamos com muita naturalidade, parecia uma visita a uma cidade antiga revivendo os tempos de infância. Tomamos chá, e por longas horas passeamos e caminhavamos até uma varanda da sala onde se avistava a bolha de proteção da cidade que separava os gases perigosos. A bolha feita de pura energia se moldava as ventanias que aconteciam fora da cupula, dentro da cidade reinava um silêncio tranquilo que refletia no rosto dos cidadões daquela comunidade, todos saudavéis mental e fisicamente conscientes de seus direitos e deveres.

As horas foram passando como minutos na troca de informações do modo de vida daquela cidade e do planeta Terra que não tinha motivos para defender seus habitantes e seu modus-vivendis. Chegou a hora da partida, me despedi de todas as pessoas que conheci, e junto com a Semi retornei ao meu corpo, no meu quarto solitário.

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