quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

CIDADE Bi-soneto - SET.81




Esquina desdobrada,
/ Dobras de dor e solidão,
Rua suja e travessa,
/ Perdido coração amargurado.
Alamedas no medo e silêncio,
/ Árvores em agonia,
Sombras de sofrimento,
/ Compaixão insegura.

Avenida no curso da vontade,
/ Massas concretas no desejo,
Seios e ceias de morte.

Córrego e rio poluído,
/ Sangue e horror criado,
Chora cascata enlameada.

Pássaros entre arranha-céus,
/ Rasgam pensamentos cinzas,
Nuvens revoltas e finadas,
/ Gorjeiam fumaças.
Enrugada telha,
/ Janela sem vida,
Viela sem alma,
/ Escada não perdoa.

Amanhece esperança,
/ Vida urbana e cotidiana,
Chove torrente lágrima,
/ Sopra funesto cortejo,
Anoitecer sem estrela,
/ Desaparece esperança.

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